sábado, 28 de fevereiro de 2009

Resident Evil, o Hóspede Maldito

De Paul Anderson


Atenção, esse artigo possui palavras de baixo calão e ironia ácida devido à qualidade inferior do assunto em questão. Devido a baixa qualidade dessa porcaria esse artigo também contêm spoilers, não que você deva se importar com isso...


Trailer Legendado


Venho hoje escrever sobre uma grande merda chamada Resident Evil, o filme, que aqui no Brasil ganhou o nome de Resident Evil o Hóspede Maldito (como se o filme já não fosse ruim o bastante...). Na verdade eu acho que o título certo seria algo como “Kung-fu vs. Zumbis” ou “Isso Não é Resident Evil”, mas não vamos nos apressar, aos que ainda não assistiram esse aborto de Hollywood eu irei fazer uma rápida sinapse.


A história começa com a personagem Alice (Milla Jovovich) acordando com amnésia numa mansão vazia (lembra dessa parte do jogo?), ela então é surpreendida por uma forte luz e soldados que entram de repente na mansão (meu, essa parte no jogo me dá um medo danado...), eles se conhecem, vão para o subterrâneo onde existe a Colméia, matam um monte de zumbis ex-funcionários da Umbrella Corp., todos vão morrendo aos poucos, menos a Alice que é descendente do Bruce Lee e seu par romântico Matt (Eric Mabius) porque ele tem que sobreviver para virar o Nemesis no segundo filme.


Na verdade esse filme não é tão ruim assim como filme de terror (tá ele é bem ruinzinho como filme de terror também), mas o meu ponto não é esse, o que fode nessa bosta é ele carregar o nome de Resident Evil, uma série de jogos por quem muitos (como eu) tem um profundo apreço.


E eu me pergunto: que raios se passou na cabeça desses idiotas para mexer na história de um jogo tão bem sucedido como Resident Evil? Todo o trabalho tava pronto, a história já tava lá, os personagens também, tudo que eles tinham que fazer era passar para a linguagem cinematográfica e filmar, mas ao invés disso os idiotas fuderam tudo.


E que idéia ridícula é essa de que seria muito legal cenas de luta com zumbis? Aquela cena da Alice dando voadora no cachorro zumbi é idiota, não é legal! A Alice, como é dito nos filmes posteriores, é algo sobre humano, enfim não quero nem falar disso agora. O fato é que antes do Resident Evil 4, o máximo de contato físico que você tem com zumbis é luta de faca, ou quando você de debate para se livrar de um zumbi que tá te mordendo.


Aliás essa é outra coisa ridícula do filme. Eles inventaram que qualquer pessoa mordida pode ser infectada pelo t-virus, quando na verdade qualquer um que jogou os jogos sabe que apenas mortos podem virar zumbis (até que faz sentido não?), se não fosse assim todos os protagonistas dos jogos teriam que ser imunes, afinal eles são mordidos toda hora.


Todos os devotos fãs de Resident Evil como eu, devem preferir fingir que esse filme nunca existiu. E seria melhor que fosse assim. Se você gosta dos jogos e está curioso para ver isso, faça um favor a si mesmo e não veja.


Cartaz de divulgação do filme

Embaixo se lê: "Sobreviva ao horror" devia

ser "Sobreviva a essa merda" isso sim


(Não, eu não esqueci a nota, é que esse filme é nota zero mesmo)

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

The World Ends With You

Desenvolvedor: Square Enix

Plataforma: Nintendo DS


Em 26 de julho de 2007 era lançado no Japão o jogo すばらしきこのせか (Subarashiki Kono Sekai, literalmente “Esse Mundo Maravilhoso”), ao chegar no ocidente seria rebatizado como The World Ends With You (O Mundo Termina Em Você), de agora em diante, TWEWY.

Sem pertencer a nenhuma franquia, sem ser baseado em nenhum filme, livro ou algo do gênero, TWEWY não tinha nada além do nome da Square para suportá-lo. Mas jogo bom se sobressai não importa como.


O jogo conta a história de Neku Sakuraba, um garoto sociopata que acorda jogado no meio de um cruzamento em Shibuya. Uma mensagem chega em seu celular, “Alcance a 104. Você tem 60 minutos. Falhe, e encare o apagamento. - Os Reapers”, então um contador regressivo aparece em sua mão e ele vê um telão escrito “Você tem 7 dias” (Não, ele não assistiu fita alguma). Ele é então de repente atacado por estranhos sapos. Sem nada a fazer a não ser correr, ele acaba indo parar em frente a estátua do Hachiko, onde encontra a patricinha Shiki Misaki, que pede para Neku fazer um pacto com ela (seja lá o que for isso). Após o pacto ser feito, Shiki entrega um pin (algo como um button) para Neku lutar contra o Noise, ou seja, os sapos.


Neku recebe o pior tipo de spam: o que te dá

um ultimato e se recusa a ser apagado


Neku então descobre que ele está em um jogo, a cada dia terá que cumprir missões para evitar ser apagado, isso durante uma semana. Acho que ele não tem muita opção. Shiki é sua parceira e luta com ele, mas em dimensões separadas. Um prêmio se você adivinhou, mas cada um luta em uma tela do DS. A tela de baixo, do Neku, é controlada pela stylus, já a tela de cima, da Shiki, é controlada pelo d-pad ou pelos botões ABXY (dependendo da mão hábil do jogador). E sim, você tem que controlá-los ao mesmo tempo. O jogo tem um modo de controle automático do seu parceiro, mas é tão ruim que eu morria no noise mais fraco. Então só de você apertar teclas aleatórias já é melhor (e em 99% do tempo é assim mesmo que você vai controlar seu parceiro). Além disso tudo é controlado pela stylus, tanto a movimentação de Neku, quanto a passagem dos diálogos, menu, etc.


Tudo isso pode parecer difícil, mas não muito longe do começo você ganha o modo Easy, e você pode mudar livremente de dificuldade no decorrer do jogo, tudo depende se você quer terminar rápido ou se quer itens melhores e mais desafios. Outra coisa customizável é seu nível. Você ganhará experiência e eventualmente seu nível aumentará (apesar de ele apenas influenciar no seu hp). Abaixar esse nível aumentar a chance dos noises te darem um bom item. Fazer uma corrente de lutas consecutivas também aumenta essa chance.


Neku começará então a descobrir pequenos fatos, juntar os pedaços do quebra-cabeça e descobrir a (terrível) verdade por detrás de sua amnésia. Ao decorrer da história ele conhecerá tanto amigos como o skatista Beat e sua doce parceira Rhyme, o misterioso Joshua, o sábio Senhor Hanekoma como inimigos como o Game Master Yodai Higashizawa, o nerd Sho Minamimoto, a terrível Mitsuki Konishi e o todo-poderoso Megumi Kitanji.


Ainda que não pareça em um primeiro momento, TWEWY tem uma história única, profunda e original. Junto com seus personagens cativantes, é muito difícil não guardar TWEWY no coração depois de zerar o jogo. Coisa que por sinal é muito rápida, já que o jogo é bem curto. Entretanto quando se termina pela primeira vez ainda resta muita coisa a fazer. A opção de Capítulos é aberta no menu, permitindo ir para qualquer dia, jogando e seguindo a história daquele dia novamente. Junto com isso, várias buscas são pedidas em todos os dias, fazer todas as missões do dia habilita um relatório, que revela mais da história do jogo, que não é completamente revelada mesmo terminando ele. É liberado também um dia extra, o Another Day, que não tem nada a ver com a história, é apenas uma história paralela engraçada, usando os mesmos personagens.



Agora se tem algo que pode ofuscar a belíssima história de TWEWY é a sua trilha sonora. Ela é composta por músicas reais, de estilos variados, rap, funk, rock, pop, instrumental, é completamente envolvente e quando você menos perceber já terá ela no seu mp3 ouvindo sem parar.

A trilha sonora revela também um dos assuntos principais de TWEWY: as diferentes tribos urbanas. Isso se ressalta principalmente em Shibuya, uma cidade altamente diversificada.


Mas como nem tudo são flores, vamos aos pontos negativos. Em primeiro lugar a trilha sonora no começo do jogo se resumem a três das mais de 20 músicas do repertório: “Underground”, “Long Dream” e “Calling”. Por algumas razão bizarra as músicas vão se liberando aos poucos e só fica inteiramente disponível tardiamente no jogo. Junte isso ao fato da história não parecer atraente no começo e você tem um jogo que parece extremamente chato. É quase como se os produtores dissessem “Bem, você quer usufruir desse maravilhoso jogo, pois bem, quero ver você querer jogar depois desse começo chato”. Será que eles apostam no fato que já que a pessoa comprou mesmo ela vai jogar o jogo mesmo que ele seja chato?


Outro problema é que há apenas um único jogo no cartucho, não é possível ter mais de um jogo em andamento no mesmo cartucho. Não há nem a possibilidade de começar outro jogo, já que ele exige que seu salvamento antigo seja apagado para começar um novo jogo. Eu não sei porque isso acontece, afinal de contar nem há salvamento automático em TWEWY.


A dificuldade é algo que pode ser um problema também, principalmente se você quiser os itens mais raros, que exigem que você vença um noise naturalmente forte no nível Hard ou Ultimate. Muitos são inclusive chefes, e não há nada que garanta que você conseguirá o item que quer, já que a Drop Rate é geralmente muito baixa nesses casos.


Apesar de tudo TWEWY é para mim um dos melhores jogos que já joguei, e o melhor original para DS. É um jogo que nos deixa com sede de seqüencias e pode muito bem virar uma boa e bem sucedida franquia da Nintendo.